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TRIBUNAL AUTORIZA PROIBIÇÃO DO DIESEL NA ALEMANHA

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As cidades alemãs vão poder proibir os carros a diesel de circular nas suas ruas, segundo a decisão de um tribunal, tomada em finais de fevereiro e que que vai provocar grande impacto na indústria automóvel.

O tribunal disse que Estugarda, precisamente uma das cidades que mais nome ganhou à custa do setor automóvel alemão e que é a sede da Porsche e também da Daimler, dona da Mercedes-Benz, pode começar a preparar legislação para, ao longo de um ano, ir banindo os carros movidos a gasóleo mais antigos, recomendação que também se aplica a Dusseldorf. 

Há várias cidades alemãs que excedem os limites da europeus de níveis de óxido de nitrogênio (NOx), conhecido por causar doenças respiratórias. Poucas horas depois da decisão judicial, a cidade de Hamburgo revelou que vai implementar este tipo de limitações a veículos a diesel a partir de abril.

Paris, Madrid, Cidade do México e Atenas ja haviam anunciado que iam proibir veículos a a gasóleo nos seus centros até 2025, enquanto Copenhaga quer proibir carros diesel de entrarem na cidade já no próximo ano. França e Grã-Bretanha vão proibir carros novos a gasolina e diesel até 2040.

Em termos de história recente, a Alemanha promoveu o diesel a longo prazo para ajudar a reduzir as emissões de dióxido de carbono e atingir os objetivos das mudanças climáticas. Agora o país teme que uma mudança do motor de combustão possa ameaçar centenas de milhares de empregos em fabricantes de automóveis e seus fornecedores.

A decisão judicial foi elogiada por grupos ambientalistas, mas incomodou políticos e lobbies que contestam o facto de que milhões de automobilistas podem vir a ser obrigados a abandonar ou vender veículos comprados legalmente e de boa fé.

"As proibições de condução têm um enorme impacto nos direitos de propriedade, na mobilidade e na nossa profissão", disse Hans Peter Wollseifer, presidente da associação de comerciantes alemães. "Os fabricantes de automóveis são os culpados pelo problema do diesel, mas não os comerciantes".

A chanceler Angela Merkel explicou entretanto que o governo vai discutir com as regiões e os municípios o procedimento, enquanto ministros alemães esperam ainda que as proibições pudessem ser impostas de forma muito faseada de forma a poder reforçar o sistema de transporte público e obter para os construtores o tempo necessário para criar e melhorar novos sistemas de emissões. "Devemos fazer todo o possível para evitar a perda de liberdade pessoal e a redução de valor dos carros", disse o ministro dos Transportes, Christian Schmidt.

As vendas de carros diesel caíram rapidamente na Europa desde há dois anos, muito por causa dos receios de proibir os motores a gasóleo. O lobby da indústria automóvel, representado pela associação dos construtores de automóveis da Alemanha, a VDA, observou que o tribunal não insistiu nas proibições: "Consideramos que a sentenação é uma rejeição das proibições pois é recomendado que os municípios sejam proporcionais na tomada de decisões e que proibam estas motorizações apenas como último recurso", disse o representante da VDA, Matthias Wissmann.

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